sexta-feira, agosto 29, 2003

Há...

Há palavras que nos magoam. Não há pensamento que não te encontre. Há sonhos que nos fogem das mãos. Não há centímetro de pele que não te sinta longe. Há beijos para sempre adiados e braços fechados incapazes de um abraço. Não há desistências. Há madrugadas frias e sem lua. Não há perdas ou danos. Há tristezas sem nome. Não há responsabilidade. E há noites assim... sem ti. Não há passado ou futuro. Há presente?

Pega na minha mão e atravessa comigo o espelho. Parte para o outro lado do mundo. Suspende o tempo e engana a realidade, abraçando-me. Com força. Com amor. Inventa histórias para me contares quando eu não conseguir dormir de madrugada. Sussurra coisas bonitas no meu ouvido. Fica. Comigo.
Esquece o mundo. As pessoas. Esquece-te de ti. Das tuas verdades absolutas e dos teus dramas pessoais. Esquece as histórias que existem para além de nós. Ajuda-me a escrever esta história e a fazer de nós personagens com futuro. Deixa-te seduzir por esta estranha calma que nos invade quando estamos perto um do outro. Deixa-me sonhar-te. Sem restrições. Sem impossíveis.

Entre o sonho e a realidade: escrever...

Escrever sobre ti é uma traição. A ti. E é uma violação mil vezes repetida e consentida a mim mesma. Porque consumo todos os silêncios que habitam as nossas palavras, exorcizo fantasmas, confidencio medos e sentimentos que jamais admitirei sentir por ti. Exponho a realidade. Mas uma realidade diferente. Que nem sequer é a nossa. É minha. Para qual acrescento cenas que nunca chegaram a acontecer e noutras vezes ainda filtro a verdadeira realidade conferindo-lhe outra dimensão.
Escrever sobre ti, sobre nós é falsear a nossa história. É por isso mesmo uma necessidade. Porque não sei viver com ela e tento padronizá-la, defini-la e nunca consigo. Escrevendo-a é mais fácil de compreender o que nos prende e o que nos separa. Sem definições ou padrões. E isso basta-me alimentar essa minha realidade que escrevo e descrevo vezes sem conta, à procura de um sentido, de um rumo, que não encontro e por isso continuo a escrever, à procura, num ritmo circular do qual já não consigo e já nem sei se quero fugir. Paro. Beijo-te. Sorrio. Enquanto durar estes nossos sorrisos somos um do outro. Essa é única certeza, bem como a única realidade.

Maria da Lua

Odeio despedidas...

As lágrimas, os sorrisos forçados, os acenos contínuos até se perder de vista. Depois o vazio, a garganta presa com as palavras que não se disseram, o frio, o medo de que tenha sido mesmo a última vez. Por isso não me despeço de ti. Não quero ajuda com a bagagem, nem quero abraços na estação. Mas parto. Despeço-me de ti com um daqueles beijos longos que dávamos e repetíamos vezes sem conta à ombreira da porta.
Talvez esta partida doa mais do que a última. A minha bagagem é mais pesada. Levo comigo a cor dos nossos sorrisos e o sabor dos teus lábios.
Ao longo desta viagem quero me desfazer do que é acessório. Por isso em cada lugar que visitar, quero-te esquecer aos bocadinhos. Deixar que o sal faça arder todas as feridas e as comece a cicatrizar
Quando voltar quero ter pouco de ti, em mim. Só o essencial. Para que não me esqueça que não és meu, que não me pertences. Que os teu voos nunca serão comigo. Sei-o desde do primeiro dia. Talvez desde do primeiro olhar. Acho que soube sempre isso. E por isso mesmo permiti que me descobrisses. Por isso mesmo deixei-me a descoberto. Porque sei. Ou pelo menos é nisso que quero acreditar. Adivinho nos teus olhos de sonho, que não vais ficar tempo suficiente para te desiludires comigo. Quando partires vais-me levar no coração com um sorriso. Não te prendo. Não posso. És livre. E não és meu. Mas acredito que vais ser de alguém. Por isso parto. Sem despedidas.

Maria da Lua

segunda-feira, agosto 25, 2003

Diz-me que sim...


A ti...

Ofereces-me uma cereja
E o meu sorriso
Numa bandeja?

Ou o teu mundo
Num único segundo
Cheio de cor?

Devolves-me o riso
O canto na rua
E o prazer de me sentir nua?

Ou deixas-me ser tua
E descobrir os contornos do amor
À luz da lua?

Se soubesses o quanto
Dirias tanto, dirias que sim?


Maria da Lua

E tu estás aqui...

O olhar mortiço e cansado de quem acaba de acordar. Os cabelos ainda despenteados e o corpo emaranhado na confusão dos lençóis.
Olhar-te e saber que é verdade. Sorrir. Porque te tenho. Hoje seguro ainda nos meus abraços. Depois de uma noite. De um dia. E de outros tantos que virão depois deste. Nesses outros dias que ninguém nos há-de roubar.
Rir-me dos teus gestos desajeitados e meio sonâmbulos ao te levantares, das tuas palavras quase sem sentido (é sempre assim antes de passares a água fria pelo rosto e tomares o teu café forte).
Fecho os olhos. Ainda é cedo. Ainda não preciso de acordar. Sou feliz. Amo-te. E tu estás aqui...

Livre...

Manhã de nevoeiro. É tão natural aqui. Quase banal. Aspiro a humidade que se mistura com o cheiro a maresia e que se cola suavemente ao corpo. Fecho os olhos. é bom estar assim... sozinha no vazio. Cheia de paz. Cheia de ti.
Depois quero mais. Descalço as sandálias e enterro os pés na areia fina e ainda fria... o vento despenteia-me o cabelo. Devo parecer um espantalho! Noutras alturas talvez isso fosse importante. Isso do cabelo. Isso da imagem. Da postura. Mas hoje. Agora. Não.
A água está gelada. Como também é natural aqui. Principalmente a esta hora. Quase madrugada.
Num impulso para o qual não me apetece arranjar explicações, desato a correr pelo extenso areal. Devia parar aqui. Sinto-me cansada. Mas continuo... Não quero. Não posso. Parar.
A praia é só minha. A linha molhada do horizonte é o meu limite. Quero alcançá-lo. Segurá-lo na minha mão. E continuar sempre. Entro na água. Mesmo vestida. Já não sinto frio. Já não sinto nada. Sou só livre.
Por hoje. Por agora. Aqui é só mesmo isso que importa. A liberdade.

Maria da Lua

quinta-feira, agosto 21, 2003

Férias ao luar...

Estou de férias numa cidade à beira-mar plantada e a torna-se díficil actualizar diariamente o blog, mas vou tentando. O mar, a areia, o sol e principalmente o nevoeiro despertam-me a inspiração e novas sensibilidades.
Quando voltar à cidade- mãe, espero voltar renascida e com mais vontade (isso é possivél?) de continuar o meu blog e o meu sonho e sobretudo com muito mais para dizer.

Maria da Lua

Blogs

Entrar nesta aventura de ter um blog, nasceu de um sonho antigo que é escrever. Escrever de preferência para os outros. Porque escrever é antes de qualquer coisa comunicar. É isso que quero fazer aqui. Mas devido a falhas técnicas ainda não consegui instalar o sistema de comentários. Por isso pedia que todas as sugestões, críticas ou comentários fossem para o meu livro de visitas.
Obrigado por alimentarem o meu sonho. Especialmente ao Filipe, à Lénia, e à Pulgita

Maria da Lua

Agora...

Agora

Que me olho ao espelho... deixo de ver apenas a minha imagem. Somos dois. Há em nós um jogo de sombras, luz e cores que se juntam, se misturam e se distanciam. Assim como as sombras. Vão e voltam. Deixam marcas de água nos meus olhos e às vezes doem demais...

Agora...

Os meus passos tentam acompanhar os teus. Há vezes em que não conseguem. És rápido demais. Pareces um foguete. Ou uma estrela cadente. Posso-te pedir um desejo? Espera por mim...

Agora

Que estás tão perto de mim, tenho um imenso medo de não saber o que fazer. Não sei lidar contigo. És tão diferente de mim, já reparaste nisso? Tudo é distância. Mas tudo isso se dissipa quando te olho fundo nesses tão especiais olhos castanhos (que tanto querias que fossem verdes ou azuis!).

Agora...

As palavras engasgam-se na garganta e prendem-se no coração. Agora as minhas mãos querem agarrar as tuas para não te deixar fugir. Não conseguem. Tento novamente. Agora com palavras. Fica.
Foges. Pareces um foguete. Ou uma estrela cadente. Posso-te pedir um desejo? Espera por mim...

Maria da Lua

terça-feira, agosto 19, 2003

agarra-me nos cabelos e leva-me até à cama loucamente. ou então abre os teus braços e deixa-me aninhar no teu colo. grita ou então murmura-me segredos que não te atreves a confessar a mais ninguém. fecha todas as janelas, evita o outro mundo e suga-me o meu. ou então abre a janela e vê o luar.
podes ficar em silêncio. naquele silêncio simples onde os nossos olhares e sorrisos se encontram. podes falar: dizer todas aquelas coisas que me magoam, mas que sei verdadeiras.
podes ficar e deixar-me decorar cada pedaço do teu corpo até o conhecer melhor do que o meu.podes ir. dizer-me adeus da rua e acenar enquanto entras rapidamente no carro. podes ficar e deixar o resto para trás. ignorar o passado, o presente e o futuro. podemos ficar suspensos no tempo e neste quarto que alguém constriu para nós.
podes inventar um nome para nós, nomear e simplificar sentimentos ou então podes vivê-los sem mais nada.
podes. eu já não posso mais nada porque continuo presa a ti.

Maria da Lua

Presa

Se te tive não dei fé. Se me pertenceste nunca o senti. Então como se pode perder algo que nunca foi verdadeiramente nosso?
Não sei te falar disso. Sei só do vazio. Do frio. E da dor. Do mundo que gira igual. Das pessoas que correm. Dos velhos que morrem e das crianças que nascem. Sei também que me sinto parada no meio de uma rua movimentada e que a qualquer momento posso ser atropelada. Mas não me consigo mexer. Sinto-me presa. Presa ainda a ti.
E no meio da rua, se calhar ainda à tua espera...

Maria da Lua

Sorrisos...

Há sorrisos que nos deixam assim... sem palavras. Há sorrisos que nos enxugam lágrimas e outros ainda que evitam que elas caiam. Há sorrisos que nos tomam de assalto o coração e nos conquistam. Como o teu.
Detesto os sorrisos forçados, amarelos, gelados e convencionais. Gosto dos grandes sorrisos. Cheios de Vida, de confiança no amanhã, mesmo que seja um amanhã de lutas e de luas novas. Gosto do teu sorriso ao pé de mim. No meu luar...

segunda-feira, agosto 18, 2003

Aos meus amigos...

Essenciais, presentes, leais, pacientes. Estes sao os meus amigos. Talvez tao iguais aos de toda a gente. Mas mesmo assim especiais. Porque sao meus. Porque como o poeta diz "Precisa-se de um amigo para nao se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizaçoes, dos sonhos e da realidade." E "Não precisa ser homem, basta Ser Humano, basta ter sentimentos, basta ter coraçao."
"Precisa-se de um amigo que diga
que vale a pena viver,
nao porque a vida e bela,
mas porque ja se tem um amigo."


(Vinicius de Moraes)

E digam-me... e ou nao e marivilhoso ter um AMIGO?

Maria da Lua



Velhos preconceitos...

A idade pouca importa quando falamos de sentimentos, disseram-me um dia. Depois desse dia falaram-me em conflitos de gerações, nos velhotes que já não nos percebiam, etc. Hoje falo eu. Porque já sei falar de sentimentos. E esses continuam sem idade...

domingo, agosto 17, 2003

Promete-me...

Se um dia não for a lua a iluminar a nossa noite, promete-me que me darás um aviso. Promete-me que quando os nossos beijos deixarem de ter o sabor da descoberta, do desejo ou da ilusão magnífica de sermos jovens e imortais, promete-me que me deixarás de me beijar. Não quero beijos em vão. Nem beijos de rotina ou de obrigação. Quero os beijos de agora. De amizade, de paixão, de intensidade e de novidade. Beijos ávidos que se perdem entre suspiros, beijos quebra-nozes que nos arrastam um pouco por toda a casa. Beijos pequenos que enfeitam o teu rosto quando acordas. Beijos teus. Beijos meus. Beijos nossos... promete-me que vão ser sempre assim e sempre nossos. Mesmo quando os deixarmos de os dar.

Maria da Lua

sábado, agosto 16, 2003

Há dias assim...

Se te dissesse que precisava de um colo, virias ter comigo? Limparias as minhsa lágrimas e esticavas os meus lábios até me conseguires arrancar um sorriso? Pegar-me-ias pela cintura e elevar-me-ias para me mostrares como o céu é bonito e como vale a pena continuar?
Não, pois não? No mínimo dirias duas ou três palavras de circunstância e eu no fim seria obrigada a admitir, que não era nada de importante o que te queria dizer.
Mas era...preciso de um colo. O teu. Vens?

Maria da Lua
MDLSSPC@hotmail.com

sexta-feira, agosto 15, 2003

6. O Fim

É Verão. Quente. Um calor abrasador que invade todos os meus sentidos e deixa o meu corpo nesta imensa letargia. As árvores morrem um pouco por todo lado. Queimadas. Mas de pé. Estou cansada de tudo isto. De passar os dias a chorar por algo que já passou. A partir de hoje, vou passar a sorrir perante a lembrança daquele Inverno. Vou deixar o cansaço de lado e lutar. Prometo-te Maria Ana, estejas tu onde estiveres.

Maria da Lua

5.

Quando ainda regresso a essa vila e à casa branca que arrendámos nesse Inverno, encontro por vezes a Maria Ana. Ela finge que não me vê. Tem vergonha daquilo que se tornou. Mas eu continuo a ter a mesma ternura por ela. E, Maria Ana, acredita, não é pena o que vês nos meus olhos, é só mesmo isso ternura.
Voltar a essa vila, é tentar resgatar um Inverno e umas memórias que são só passado, mas que busco incessantemente num acto de masoquismo absoluto. Só para saber que acabou. Só para ter a confirmação de que realmente estou só. Como a Maria Ana.

quinta-feira, agosto 14, 2003

4.

Desse Inverno relembro tambem a Maria Ana. Uma jovem de olhos azuis (cor-de-mar) que odiava o mar, mas que passava horas na praia a contemplar as ondas e a odiar em silenncio. O mar tinha levado o pai e o irmÃomais velho. E a mãe... essa tinha-se fechado para sempre no seu mundo de luto. Os olhos tristes e vidrados no infinito, nao se podiam permitir amar novamente ninguém. Nem mesmo a filha que crescia solta pelas ruelas da vila à procura de uma migalha de carinho. Sem redes para segurar o peixe. E a unica isca que conhecia era o seu proprio corpo.

3.

Da nossa janela as ondas eram perturbadoras mas de uma beleza incomparavél. Isto da nossa janela da frente. Mas se espreitássemos a das traseiras da casa que dava para a pequena vila piscatória, as ondas ganhariam outra dimensão. A dimensão da perda. Da morte.

2.

Desse Inverno relembro também as ondas. Gigantes que se impunham sobre as rochas, que engoliam a areia e violavam a terra dos homens. Relembro a fúria do vento que nos fustigava o rosto no caminho para casa. Relembro a lareira acesa que me acolhia. Relembro os teus braços e a chávena de chá a fumegar. Relembro o meu sorriso de luar...

Maria da Lua

1.

Daquele Inverno... em que te tive, em que te senti nos meus braços e em que acreditei em esperanças. Nas tuas ou nas minhas, não importa. E que diferença isso faz, se eram apenas minhas essas esperanças?
Esperanças são sempre esperanças e por mais que fossem minhas, eu podia emprestá-las a ti, nem que fosse por um bocadinho. E talvez assim tu pudesses acreditar em nós. E nesse Inverno.

Uma vez mais...

Uma vez mais...
Os olhos brilham com uma intensidade brutal. Sinto-me fora do meu corpo e deixo-o agir como se eu já não o comandasse. Agora é ele sozinho que te beija, que te prende e te quer sempre assim, junto dele. E ainda mais perto de mim. É possivél?
Pronuncio palavras que desconheço a sua origem e o seu real sentido, mas são as únicas que me ocorrem neste momentõ. Serão mesmo minhas? Deixo que o teu corpo se estenda sobre o meu. Quero que o sintas. Que estejas próximo de mim. Ainda mais. Sempre mais. Mas...uma vez mais foges, refugias-te no teu mundo pré-programado e despedes-te de mim. Com um sorriso. E muitos silêncios.
Sentada no sofá, fumo o último cigarro do dia e sei como se sabe sempre, foi a última vez. Adeus...

E foi assim...

"E foi assim...- começou ela a história. Interrompi-a mesmo na primeira frase, antevendo mais um drama lamechas e novelesco. Quis quebrar-lhe a cadência do pensamento e suster nos meus olhos, o brilho dos olhos dela. Porque no final da história iriam haver lágrimas. Haveriam sempre. Em cada história o final era sempre igual. Ela sozinha. Com lágrimas nos olhos, com um cigarro na mão e com a noite por companheira fiel.
Desta vez ela não me fez a vontade e continuou a narrativa e eu desisti de a interromper. Ouvi-a em silêncio. Entre o comovido e o desesperado. Mas sempre em silêncio. Porque a música branca das palavras e dos sentimentos que ela tão bem descrevia era tudo. E foi assim....
"Na nossa história houve de tudo. Sorrisos de um só instante, sem mais nada, sem pensar no que nesse outro e necessário depois. Depois de amanhã quando quissémos encerrar o último capítulo e esquecer. Apagar a nossa memória e reiniciar o jogo. Esquecer simplesmente. Como se fosse possivél. Ele queria que fosse. Ele queria que eu o olhasse e não o visse. Mas vi-o. Porque há olhares que brilham sem que o saibas. Há vazios que não se podem solucionar assim, sem mais nada. Há carinhos e ternuras que não se nomeiam e há ou houve, já não sei, beijos que se pedem e perdem na memória de momentos que se querem para ser repetir.
Mas, sabes, amigo... eu procurei-o. Durante muito tempo. Mesmo depois de me ter dado conta que ele já tinha partido para longe de mim. Persegui os cheiros que deixara na minha pele, os sonhos que deixara na minha almofada. E depois... O espaço vazio da minha cama tomou conta de mim. E depois... apercebi-me que estava de novo só. Ele não queria ser encontrado, nem perseguido. Ele não queria o meu amor"
- Como vês estou de novo sozinha- disse-me assim que terminou a sua história.
A história que adivinhei ser a última pelas feridas que causara e pelas esperanças que ela depositara nela. Não sei se será. Ela é ainda tão nova. Tão cheia de vida, tão adepta de desafios e de lutas interminváveis, mas tão frágil, abnegada e voluntariosa nas suas entregas que um dia tenho medo... Medo que desta vez a dor não a faça mover, mas a engula.
Esta foi mais uma história. Quem sabe a última?
Mas como ela própria diz com os olhos a brilhar de contentamento: "Estou viva. E se vivo, sofro e se sofro amo, nem que seja a única a amar. Esse é o meu privilégio: amar sempre. Porque os outros os que não sofrem, também não amam e também não se entregam. Mas também não vivem"

O 1º ( de muitos?)

Acho que é para isto que servem os blogs, para comunicarmos. A maior parte das vezes acabam por ser monológos. Mas sempre com a esperança de alguém nos leia, nos comente, critique ou na mais rara das hipóteses nos elogie e incentive a continuar.
Bem vindos a esta nova lua!

Maria da Lua

(MDLSSPC@hotmail.com)